Trabalhando em home office ou presencial, numa empresa qualquer porte e segmento ou nos hospitais, mulheres tem tido um olhar para colegas e liderados que tem feito a diferença. Talvez por isso tenha empresa por aí renovando suas lideranças, absorvendo mais mulheres para lidar melhor com o momento pandemia, quando muitas questões sociais, emocionais e comportamentais estão necessitando de uma certa atuação empática. A rapidez de adaptação em situações de crise sempre foi um atributo percebido nas mulheres. E vamos logo alertando que emoção e empatia não é mi mi mi. Falo da capacidade de olhar as questões do outro como um problema a ser ouvido e resolvido. Quantas vezes você ouviu que dores pessoais não devem ser levadas para o ambiente de trabalho? Acontece que agora, durante a pandemia, as dores também são do trabalho e elas estão dentro da nossa casa, dividindo espaço com os filhos, o almoço, a rega das plantas, a lavagem da roupa, a obra do vizinho e a morte de pessoas próximas todos os dias. Entendeu que não é possível separar as coisas? O que é possível é dar um tempo para cada uma delas e dos sentimentos, tentando organizar a forma de fazer sem grandes prejuízos a nenhum dos lados, mesmo assim, seguiremos sendo uma só pessoa. Essa sinceridade em sentir é o que nos faz autênticos e não pasteurizados. Mulheres se permitem sentir. Será isso então? Lideranças femininas têm conseguido conduzir com mais destreza e habilidade essas dores e incômodos de seus liderados. Não podemos negar que em termos de desemprego, a balança pendeu fortemente para a as mulheres, mas vi muitas notícias sobre empresas que alçaram mulheres a novas lideranças, como aconteceu com a Phillips Morris, Liberty Seguros, Volkswagen Financial, só para citar algumas. Não quero dizer com isso que somos melhores que os homens (aliás, um dia vamos descobrir que nossos valores e importância são complementares e juntos temos muito a ganhar), também não quero dizer que homens não podem ser empáticos na gestão de suas equipes. Podem e muitos são. Mas sabemos que é mais difícil, seja por característica pessoal, crenças históricas ou estilo de gestão. Conheço equipes que estão em sofrimento e não encontram em seu líder o apoio necessário para superar as dificuldades impostas pelo momento. Tudo isso me leva a crer mais fortemente, na importância do mindfulness, no desenvolvimento da inteligência emocional para todos, independente do gênero ou idade. Desenvolver o autoconhecimento para a autogestão e para a gestão ampliada de seus liderados nunca foi tão necessário. Este tema é ponte para o sucesso das relações interpessoais e tem sido objeto de desenvolvimento mais entre mulheres do que entre homens, infelizmente. O convite é para trabalharmos essas questões junto as lideranças, é para olharmos a diferença que tem feito as lideranças femininas nessa pandemia, seja no acolhimento, empatia seja na assertividade de resolução tão complexas. O exemplo de atitudes bem sucedidas puderam ser vistos desde os países governados por mulheres até nas empresas privadas, sem contar no número de ações humanizadas que elas têm liderado na linha de frente da área da saúde. As mulheres tem demonstrado que habilidades socioemocionais mais desenvolvidas somada a coragem para o enfrentamento, reúnem aspectos fundamentais para lidar com o novo, encontrar soluções onde parece impossível e lidar com a vulnerabilidade própria e dos outros. Diante de todo o caos mulheres na liderança estão se superando a exaustão para puxar suas equipes e mostrar mais uma vez que liderar é sobre pessoas. Eu só posso enaltecer cada uma. Vamos lá meninas, rumo ao topo!